As complexidades da experiência feminina no desfile da marca na SPFW N58, conforme retratado no livro “Aurora: O despertar da mulher exausta”, de Marcela Ceribelli.
Marcela Ceribelli, reconhecida pela Bloomberg Línea como uma das quinhentas pessoas mais influentes da América Latina, é filha da jornalista Renata Ceribelli e fundou, aos 25 anos, a plataforma de conteúdo Obvious em 2015. A Obvious se transformou em um ecossistema inovador que explora a felicidade feminina, expandindo também para temas relacionados à saúde e ao prazer.
Um dos desfiles mais impactantes foi o da marca cearense Sau Swim, que apresentou uma coleção inspirada na mitologia da deusa Aurora, simbolizando o renascimento de um novo dia. Essa foi a segunda vez que Marina Bitu e Yasmin Nobre, responsáveis pela marca, brilharam a frente do desfile da marca nas passarelas da São Paulo Fashion Week.
As criadoras optaram por utilizar o livro de Ceribelli para destacar a importância de buscar momentos de prazer e desconexão em um mundo tão acelerado. Assim como em um bom livro, a apresentação foi dividida em cinco capítulos, cada uma abordando um aspecto da vivência feminina.
EXAUSTA — O primeiro capítulo da coleção, que leva o mesmo nome do livro, apresenta peças em tons escuros que evocam o crepúsculo e simbolizam o mapeamento de um cérebro ansioso.
EXAUSTA — Parte I da coleção que foi intitulada em referência ao capítulo 1 do livro ‘Aurora: O despertar da mulher exausta’, | Reprodução Instagram
EXAUSTA — Parte I da coleção que foi intitulada em referência ao capítulo 1 do livro ‘Aurora: O despertar da mulher exausta’, | Reprodução Instagram
EXAUSTA — Parte I da coleção que foi intitulada em referência ao capítulo 1 do livro ‘Aurora: O despertar da mulher exausta’, | Reprodução Instagram
EXAUSTA — Parte I da coleção que foi intitulada em referência ao capítulo 1 do livro ‘Aurora: O despertar da mulher exausta’, | Reprodução Instagram
MULHERES DIFÍCEIS — A segunda parte, inspirada no segundo capítulo do livro, discute o trabalho emocional atribuído às mulheres, abordando as questões de gênero no mercado de trabalho e a desigualdade social. As peças, em formas retangulares de tecido branco, são unidas por sutis costuras que revelam partes da pele.
MULHERES DIFÍCEIS — parte 2 da coleção, onde foi explorado o capítulo 2 | Reprodução Instagram
MULHERES DIFÍCEIS — parte 2 da coleção, onde foi explorado o capítulo 2 | Reprodução Instagram
MULHERES DIFÍCEIS — parte 2 da coleção, onde foi explorado o capítulo 2 | Reprodução Instagram
MULHERES DIFÍCEIS — parte 2 da coleção, onde foi explorado o capítulo 2 | Reprodução Instagram
Na terceira parte, intitulada “Novo Espelho”, uma colaboração inédita com Chapadinhas de Endorfina apresenta peças de beachwear e activewear, ressaltando a imagem da mulher que, por meio de atividades físicas, ressignifica a relação com seu corpo e busca novas motivações para cuidar da saúde.
A parte 3 de ‘AURORA por Sau’, “Novo Espelho” em collab inédita com Chapadinhas de Endorfina , traz peças beachwear & activewear | Foto: Reprodução Instagram
A parte 3 de ‘AURORA por Sau’, “Novo Espelho” em collab inédita com Chapadinhas de Endorfina , traz peças beachwear & activewear | Foto: Reprodução Instagram
A parte 3 de ‘AURORA por Sau’, “Novo Espelho” em collab inédita com Chapadinhas de Endorfina , traz peças beachwear & activewear | Foto: Reprodução Instagram
O quarto capítulo traz novas perspectivas, com peças atoalhadas adornadas por mãos douradas que exploram as zonas erógenas femininas. Por fim, o último capítulo encoraja as mulheres a superarem frustrações e a abraçarem o novo, buscando felicidade na rotina. Essa seção é traduzida por tecidos leves, como organza, em tons claros e formas florais, simbolizando o desabrochar e a transformação pessoal.
Foto: Reprodução Instagram |
Neste ano, a SPFW N58 teve como tema “As Joias da Rainha”, sob a curadoria de Renato de Cara, homenageando a jornalista e diretora criativa Regina Guerreiro, uma ícone da moda brasileira.
Confira a entrevista completa com Marcela Ceribelli e Camila Fabeni, da equipe IFA MODA, que fez a cobertura do evento:
Camila Fabeni, equipe IFA MODA |
Trecho da entrevista no canal IFA MODA com Marcela Ceribelli e Camila Fabeni
Camila Fabeni: Como foi a emoção de assistir ao desfile e se sentir uma musa inspiradora?
Marcela Ceribelli: Na verdade, não me sinto exatamente como uma musa. Quando um livro ganha vida, ele se torna de todos nós. Senti que fiz parte de um movimento. Foi muito bonito ouvir minha voz lendo trechos do livro na trilha sonora do desfile. Lembrei de como tudo começa de forma tão individual—você e seu computador—e depois se transforma em algo coletivo. Foi uma experiência emocionante e tocante.
Camila Fabeni: Além dos looks incríveis, percebi uma diversidade impressionante de etnias e corpos no desfile. Isso foi algo intencional que você ajudou a criar?
Marcela Ceribelli: Sim, com certeza. Quando me convidaram, pedi total liberdade para que todas se sentissem donas dessas palavras, assim como eu. A diversidade, incluindo a presença de mulheres mais velhas, é fundamental. Todas têm suas histórias e dores, mesmo aquelas que se encaixam em padrões estéticos. A escolha do casting foi muito significativa e sinto que minha contribuição foi essencial.
Camila Fabeni: Você mencionou que toda mulher carrega sua dor, e isso é profundo. Muitas vezes, não percebemos as dificuldades que cada uma enfrenta.
Marcela Ceribelli: Exatamente. Cumprir um padrão estético não significa que você não enfrente outras pressões, como a expectativa de ser gentil o tempo todo. Temos muitas camadas. Quando falamos sobre enxergar outras mulheres, não se trata apenas de amar todas, mas de entender que muitas de nossas dores são coletivas. É por isso que nos identificamos umas com as outras.
Camila Fabeni: É verdade. Muito obrigada pela entrevista, Marcela!
ENTREVISTA COMPLETA: ASSISTA AQUI