O tema da 23ª edição do Minas Trend é inspiracional e propõe um olhar visionário e multifacetado sobre o evento; o objetivo é apontar novos caminhos e discutir a moda como vetor econômico, histórico e cultural.
Para Ronaldo Fraga, diretor criativo da próxima edição do Minas Trend, que acontece de 28 outubro a 1 de novembro, em Belo Horizonte, esse “trem”, cada vez mais inclusivo, democrático e tolerante, segue sua viagem até 2030. “Vamos pensar o Minas Trend daqui a 20 anos, como ele estará em 2030”, provoca Fraga para caracterizar o novo perfil criativo que deve pautar as próximas edições do evento. “O momento é o de pensar de outro jeito. O evento para sobreviver, aliás, a moda para sobreviver, tem que ir além da roupa e, por isso, pensamos no Minas Trend para a próxima década. Em 2030, ao falarmos da 23ª edição, veremos que fizemos história e trilhamos caminhos onde ninguém antes havia pisado”.
Para Fraga, este é o momento perfeito para dar força à moda brasileira, destacando que o setor, apesar de ainda bastante importante para o PIB, já esteve em 2º lugar no ranking de empregadores do país, posição da qual vem se distanciando a cada ano. Por isso, a semana de moda passará a refletir um perfil mais participativo e inclusivo, incentivando a adesão da população mineira. “A cidade vai acompanhar e saber como será o próximo Minas Trend. Quando o cliente chegar em Confins, a cidade inteira estará pensando nele para vender roupas, serviços e o desejo de vir para esse lugar.
Segundo ele, o tema dessa temporada, “Agora e para Sempre”, faz alusão à indústria de moda – “a indústria do efêmero que, como nenhuma outra, consegue marcar época e ser inesquecível” -, lembrando que o Minas Trend, a partir de agora, pretende extrapolar a roupa,
estabelecendo um diálogo com seu tempo, com a inclusão e a diversidade, para assim falar de criação. “Temos que abrir mão da imagem anglo-saxônica recorrente nos eventos até agora. Precisamos incluir, olhar para o Brasil, olhar para a gente”.
Esse direcionamento visa estabelecer o Minas Trend como um evento de projeção nacional, mas com características de visibilidade e inserção comercial globais e já pode ser percebido através da linguagem visual adotada por Fraga para a 23ª edição. A principal referência gráfica desta temporada são as tatuagens corporais, ocupando os corpos como uma roupa imaginária, mas também bastante real, que se projeta no traço simbolizando o início da criação. “A partir do traço que marca a pele, defendemos aquilo que fica para sempre e nos apresenta para o mundo através das marcas que podem ser tatuagens, rugas, curvas do corpo e, claro, as suas roupas”. Para o diretor criativo, o tema fala do presente e da moda como um reflexo no retrovisor do tempo. “Passados 10 anos, você não vai lembrar quanto lucrou neste ano, mas se você deixou marcas, se você fez parte de um processo de transformação e então sentirá orgulho de ter feito parte dessa história”, conclui o estilista.
O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, diz que “a entidade está projetando o Minas Trend para o futuro de forma autossustentável e com a moda mineira falando mais alto”. Para o executivo, o setor de moda é muito importante para a sociedade e para a economia do estado, destacando que os momentos de crise podem revelar boas oportunidades para os fabricantes. “A moda mexe com a autoestima das pessoas, além de ter a capacidade de transformar e levar as pessoas ao sonho. O Minas Trend pertence ao segmento – produtores de vestuário, bolsas, calçados e acessórios -, e é ele que vai escrever o presente para definir o futuro”.