Em Nova Iorque há 20 anos, Silvia D’Avila não imaginava que um dia abriria seu próprio negócio e faria tanto sucesso com suas peças únicas que misturam conceitos aprimorados. Designer de joias, ela apresenta peças diferenciadas na Semana de Moda (NYFW). Confira a entrevista.
IFA: Como você chegou a Nova Iorque? Por que escolheu essa cidade para morar?
Silvia: Eu comecei a trabalhar com joias há 15 anos, eu mudei pra cá há 20 anos, aí depois de um tempo que eu estava aqui, estudei, fiz outras coisas, sou formada em Artes Plásticas no Brasil.
IFA: De qual região do Brasil você é?
Silvia: Sou de São Paulo. Quando eu cheguei em Nova Iorque, estava meio sem fazer nada, até que uma amiga me apresentou a designer Meredith Frederick, pois ela estava procurando uma assistente, foi trabalhando com ela que peguei gosto pelas joias.
IFA: E como você resolveu abrir sua própria marca?
Silvia: Depois de um tempo trabalhando com a Meredith, meu marido me falou: “você faz coisas lindas para os outros, devia fazer para você, vou investir em você e vamos abrir sua marca”. E foi aí que tudo começou, com um hobby que acabou se tornando trabalho. A partir daí, minha empresa foi crescendo e crescendo, até que 2 anos atrás, ajudei a fundar a Flying Solo, uma comunidade de designers independentes com endereço no Soho, que dá oportunidade aos designers de vender seus produtos diretamente ao consumidor.
IFA: Suas joias são vendidas apenas em Nova Iorque?
Silvia: Hoje só produzo Nova Iorque. Comecei a marca aqui e quem sabe um dia poderei expandir para o Brasil.
IFA: E você produz tudo aqui?
Silvia: Sim, tudo. Eu tenho um ateliê e todas as peças são feitas à mão, eu mesma que faço. Eu não tenho fábrica, eu sou a fábrica, meus 10 dedinhos são minha fábrica. E todas as peças são únicas, não existe cópia.
IFA: Qual o preço médio de uma peça sua?
Silvia: Meu preço é um preço acessível, vai de 120 a 450/480 dólares, depende. Eu tenho também peças maiores que valem aproximadamente 600 dólares, mas são as peças de desfile, peças grandes.
IFA: Como você vê o mercado da moda no exterior?
Silvia: O mercado da moda no mundo está mudando muito. Hoje as pessoas voltaram a se preocupar com a qualidade e não com a quantidade de coisas que compram. Consumo consciente. Você paga mais por um produto melhor e mais especial que as lojas Fast Fashion não proporcionam. Hoje o Fast Fashion é mais consumido por uma faixa etária bem mais jovem. Adolescentes, universitários ou quem acabou de ingressar no mercado de trabalho e ainda não tem uma renda estabelecida, mas que sempre que tem oportunidade compram.