Gustavo Silvestre e Ponto Firme levam SPFW para o Museu do Ipiranga

Passarela será montada na área externa do museu no dia 14 de outubro, que marca a pré-abertura oficial da semana de moda

Para marcar a sua décima participação no São Paulo Fashion Week, Gustavo Silvestre, com o seu projeto social Ponto Firme, escolheu o imponente Museu do Ipiranga – um dos mais completos e modernos museus da América Latina – como cenário para apresentar sua coleção inédita do Verão 2025, em um momento que promete ser a celebração da moda e da cultura brasileira. Nesta edição, o estilista levará à passarela 40 looks feitos com o seu exclusivo “tecido de crochê”, confeccionados com o fio Cordonê da Círculo e muitos paetês sustentáveis entrelaçados. O desfile ocorrerá na segunda-feira (14/10), às 15h30min.

          A locação surpreendente e simbólica é uma das características do estilista e sua marca homônima, que já desfilou no ano passado no icônico Edifício Copan, sendo um grande destaque. “Desde as últimas edições, buscamos nos aproximar de espaços públicos que são símbolos da cultura de São Paulo e do Brasil para apresentar nossos desfiles. Queremos ir além da proposta de ser apenas uma passarela, e proporcionar uma experiência única para o público, numa atmosfera que tem tudo a ver com a celebração da cultura brasileira”, explica Silvestre. Para o Museu do Ipiranga, esta é uma oportunidade de se aproximar da SPFW e ampliar o diálogo entre cultura, história e moda. “É com grande entusiasmo que abrimos as portas para o desfile do Ponto Firme. O Museu do Ipiranga é um espaço de reflexão sobre a história da sociedade brasileira. Receber esse projeto, que promove a inclusão social e a valorização do trabalho manual, é uma maneira de seguirmos conectados com o presente e com um país em constante transformação. O Museu é um espaço aberto ao diálogo com diferentes manifestações culturais”, afirma Paulo Garcez Marins, diretor do Museu Paulista.

          Os modelos desfilarão em um percurso montado na área externa do Museu do Ipiranga. Entre os destaques do casting, está a apresentadora e influencer Maya Massafera, que vai estrear nas passarelas para a marca com um look especial.

          Além do local, o “tecido de crochê”, resultado de quase uma década de estudos desta técnica manual que Silvestre domina e ensina, será a grande estrela do desfile. “Ele consiste em um trabalho 100% manual, que utiliza os mais diversos tipos de materiais embutidos na trama do crochê, usando fio Cordonê da Círculo, que é levemente cintilante, para poder construir peças com brilho na medida certa, luxuosas e coloridas harmonicamente”, detalha.

          A coleção é um desdobramento da pesquisa sobre esse novo tecido desenvolvido à mão, que aparecerá de forma inusitada em vestidos, macacões, saias e tops. “São looks inéditos e exclusivos que exaltam a beleza e o caimento dessas tramas únicas tecidas com paetês especiais. Muitos deles totalmente sustentáveis, desenvolvidos a partir do descarte da indústria do plástico”, comenta Silvestre

          Para se ter uma ideia, cada peça de crochê executada, pode ter até nove profissionais envolvidos de ponta a ponta em todas as etapas, até 500 horas de produção, mais de 450 metros de fios em crochê e mais de 2,8 mil paetês de materiais recicláveis utilizados. Todas as peças são criadas, supervisionadas e finalizadas por Gustavo Silvestre, que desenvolveu uma nova forma de se trabalhar com o crochê, em detalhes e texturas. “É preciso valorizar esse trabalho de pesquisa, criação e produção”, completa Silvestre.

          Para a Círculo, este é mais um momento importante para mostrar o imenso potencial do crochê na moda. A marca é parceira de Gustavo Silvestre e Ponto Firme desde o começo do projeto, em 2015, e segue presente nas criações do estilista com o fio que conduz o crochê e dá estrutura para as peças da coleção. “As passarelas são vitrines fundamentais para furar a bolha do trabalho manual para aqueles que o reduzem a algo praticado somente dentro de casa, entre gerações, e mostrar a potência criativa, fashion, sustentável, exclusiva e que resgata e valoriza a diversidade cultural do nosso país. É incrível ver como o Gustavo Silvestre trabalha com o crochê, trazendo inovação, modernidade, criatividade, sustentabilidade em looks conceituais e comerciais. Além disso, é preciso destacar o importante papel social do Ponto Firme, que gera oportunidades e transforma vidas através do trabalho manual”, afirma o Osni de Oliveira Junior, CEO da Círculo.

Fotos: Reprodução Instagram @silvestregustavo

          Em breve, Gustavo Silvestre e Ponto Firme terão um espaço dedicado que servirá como ateliê e showroom da marca para quem quiser uma experiência mais exclusiva. É possível adquirir peças do Gustavo Silvestre e Ponto Firme pelo Instagram da marca, no showroom que será inaugurado em breve, e por meio de parceiros, como a Shop2gether.

Moda autoral e consciente

          Após exibir suas criações na principal semana de moda do mundo, a Paris Fashion Week, e de vestir celebridades como Luedji Luna, Silvia Braz, Preta Gil, Ivete Sangalo, Sabrina Sato, Camila Queiroz, Paolla Oliveira e Anitta, Gustavo Silvestre se deparou com cópias dos designs de sua marca e por isso, quer também aproveitar este desfile e a importância do SPFW para enaltecer e conscientizar sobre a sua moda autoral, que vai além da estética.

          Segundo ele, cada criação envolve um processo manual minucioso dentro do Ateliê Ponto Firme, um projeto que transforma vidas através do crochê, oferecendo uma alternativa de renda para pessoas que já estiveram em situações de vulnerabilidade social. 

          “Com essa exposição, é natural sermos inspiração para outras pessoas, muitos artesãos que admiram nosso trabalho. Mas quando outras empresas e marcas se apropriam de uma criação genuína como a nossa, isso não apenas prejudica o reconhecimento da nossa marca, mas também desvaloriza o trabalho artesanal e o impacto social que ele gera. Cópias enfraquecem a inovação e criam uma cultura na qual o design autoral é subestimado”, destaca. E complementa: “é essencial proteger o processo criativo para que iniciativas como a nossa possam continuar promovendo transformações positivas no Brasil e no mundo. Estamos empenhados em dar atenção à propriedade intelectual das nossas criações para inibir que elas sejam copiadas e vendidas no atacado por um valor muito abaixo do que realmente vale todo o trabalho e talento de quem está na produção manual dessas peças”.

Conscientização e sustentabilidade

          Gustavo Silvestre é reconhecido por conscientizar sobre moda, arte e sustentabilidade. Segundo o estilista, que agora reforça a sua marca homônima, o crochê é mais do que apenas uma técnica. “Acreditamos que cada ponto de crochê cria um ciclo de transformação social, ambiental e econômico”, diz. A marca abraça duas iniciativas sociais importantes. A primeira é o projeto voluntário Ponto Firme, que começou em 2015, criado por ele, e levava capacitação, transformação e arte para dentro do sistema prisional. E a segundo é o Ateliê Ponto Firme, inaugurado em 2020, uma segunda etapa e expansão do projeto inicial, agora com o foco em capacitar e dar oportunidade a pessoas muito talentosas, mas que devido a condições socioeconômicas, dificilmente teriam acesso à indústria formal da moda. Nesse espaço, elas conseguem transformar o trabalho manual em geração de renda. Hoje são 19 alunas no ateliê que ajudam na confecção de peças que são criadas, supervisionadas e finalizadas pelo Gustavo.

          A marca Gustavo Silvestre é comercializada em lojas multimarcas, no e-commerce da Shop2gether, e também já exportou looks para alguns países, entre eles, Arábia Saudita, Estados Unidos, Turquia e Espanha. “Participar de semanas de moda e outros eventos importantes do segmento são como vitrines e ajudam a divulgar nossa marca mundo afora”, finaliza.

SERVIÇO:

O quê: Desfile Gustavo Silvestre | Ponto Firme, com apoio da Círculo no SPFW – Pré-abertura oficial da São Paulo Fashion Week

Onde: Museu do Ipiranga

Quando: Segunda-feira (14/10), às 15h30min

Círculo

          A empresa é a maior fabricante de fios para trabalhos manuais da América Latina e desenvolve produtos e acessórios para artesanato. Há 86 anos no mercado, tem mais de 1,3 mil colaboradores ativos na empresa, exporta para mais de 45 países e é a marca com maior atuação do segmento no país. Conta com mais de 700 produtos em seu mix e, através do Time de Artesãos, que soma 16 profissionais, oferece suporte na educação e profissionalização do artesanato, com workshops em todo o Brasil. Ela também incentiva quem pratica o trabalho manual como hobby, oferecendo e-books gratuitos, aplicativo próprio e publicações especializadas em tricô, crochê, amigurumi e bordado.

Museu do Ipiranga – USP

      O Museu do Ipiranga é uma das sedes do Museu Paulista da Universidade de São Paulo, que também agrega o Museu Republicano de Itu. É um dos mais completos e modernos museus da América Latina, com 49 salas expositivas no edifício monumento, abrigando 11 exposições de longa duração que apresentam um panorama da História e da cultura material brasileira. São elas: “Passados imaginados”, “Uma História do Brasil”, “Para entender o Museu”, “Casas e coisas”, “Mundos do trabalho”, “Territórios em disputa”, “Ciclo curatorial – coletar”, “Ciclo curatorial – catalogar”, “Ciclo curatorial – conservar”, “Ciclo curatorial – comunicar” e “A cidade vista de cima”. O Museu também conta com uma sala expositiva no Piso Jardim, pronta para receber exposições temporárias que articulam os conteúdos presentes no edifício monumento a temas da atualidade.

      A acessibilidade é tema estratégico do Museu, que busca ser inclusivo para todas as esferas da sociedade. Os recursos acessíveis figuram em todos os pavimentos do edifício, integrados às exposições. 

      A gestão do Museu do Ipiranga é feita pela direção do Museu Paulista, com suporte da Fundação de Apoio ao Museu Paulista (FAAMP).

      O edifício, tombado pelo patrimônio histórico municipal, estadual e federal, foi construído entre 1885 e 1890 e está situado dentro do complexo do Parque Independência. Concebido originalmente como um monumento à Independência, tornou-se em 1895 a sede do Museu do Estado, criado dois anos antes, sendo o museu público mais antigo de São Paulo e um dos mais antigos do país. Está, desde 1963, sob a administração da USP, atendendo às funções de ensino, pesquisa e extensão, pilares de atuação da Universidade.

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