João Pimenta levou para a passarela uma situação de crise. Os modelos entraram com as cabeças cobertas por sacos plásticos e as bocas fechadas com fitas indicando uma censura e um silêncio.
O estilista apresentou a sua especialidade: a transformação de um remendo, uma imperfeição, em beleza. Dessa vez, essa técnica foi associada com a oriental de juntar a cerâmica quebrada com ouro.
A make foi assinada por Helder Rodrigues e conta a história de uma coisa feia e podre. Os modelos tinham moscas desenhadas no rosto e a fita vermelha, que imitava um batom, apresentava um sorriso fechado.
A estampa camuflada fala de guerra. E em seguida, a passarela é tomada por cores e flores, que cresce até explodir.
Os casacos ganham leveza e são combinados com vestidos, inclusive para os homens. O que o estilista fez em seu desfile foi mostrar a separação entre amor e dor, e a transformação disso em coisas lindas.